XP prevê desaceleração no Brasil e cautela do Banco Central com juros

A XP Investimentos, em relatório divulgado em 5 de dezembro de 2025, avalia que 2025 foi um ano marcado por tensões geopolíticas e ruídos políticos globais, especialmente nos Estados Unidos. Apesar disso, a economia mundial demonstrou resiliência, embora a XP aponte riscos elevados, principalmente ligados à deterioração fiscal em economias desenvolvidas.

No Brasil, a atividade econômica doméstica perde força, alinhada à política monetária mais restritiva. A XP elevou sua projeção de crescimento do PIB para 2025 de 2,1% para 2,3%, mantendo a estimativa de 1,7% para 2026. O governo deve cumprir a meta de resultado primário em 2025, mas a dívida pública continuará em trajetória ascendente, podendo atingir 83,7% do PIB no próximo ano.

Em relação ao câmbio, a XP manteve a projeção de R$ 5,30 por dólar no fim de 2025 e R$ 5,50 ao término de 2026. A inflação projetada para o IPCA em 2025 foi reduzida de 4,5% para 4,3%, com a estimativa para 2026 mantida em 4,2%.

A XP considera que a combinação de atividade econômica mais fraca e inflação corrente benigna abre espaço para uma política monetária menos contracionista. Contudo, fatores como medidas fiscais em discussão, um mercado de trabalho apertado e expectativas de inflação acima da meta justificam cautela por parte do Copom. A projeção base é de que a Selic comece a ser reduzida em março de 2025, com um corte inicial de 0,50 ponto percentual.

O cenário global é avaliado com cautela pela XP, que considera improvável uma nova rodada de valorização dos ativos de risco devido ao quadro fiscal deteriorado nas economias desenvolvidas. O ambiente político e geopolítico, marcado por volatilidade e incertezas, como as ações de Donald Trump e a guerra na Ucrânia, reforçam o quadro de risco global.

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