Por: Rafael Proença
Já se passou uma semana desde a 29ª Festa do Leitão no Rolete e, enquanto as lembranças dos shows, risadas e reencontros ainda ecoam, fica a pergunta: além da diversão, o que realmente permanece para São Gabriel do Oeste? A resposta não está apenas nos palcos ou nas mesas fartas, mas nas múltiplas camadas sociais e econômicas que um evento desse porte revela.
O direito ao lazer e à saúde mental
Em primeiro lugar, existe um direito fundamental que muitas vezes é subestimado: o direito da comunidade ao lazer. Uma cidade que oferece cultura, música e encontros coletivos demonstra cuidado com sua gente. Para muitas famílias, trabalhadores e jovens que raramente tiram um tempo para si, o Leitão no Rolete foi mais do que uma festa — foi uma oportunidade de respirar, de se reconhecer parte de algo maior. Esse respiro não é trivial: saúde mental e qualidade de vida passam também pelo acesso a cultura e diversão. Estudos de saúde pública reforçam que atividades culturais coletivas reduzem estresse, fortalecem vínculos e criam um senso de pertencimento capaz de transformar realidades.

Cultura que inspira e valoriza a comunidade
Outro ponto essencial é o ganho cultural. O evento mescla tradição regional com atrações de projeção nacional, promovendo o encontro de gerações e de identidades. Ao ver grandes artistas no mesmo palco em que se apresenta o grupo local, a comunidade percebe que sua cultura tem valor, que seu sotaque e sua música dialogam com o mundo. Esse contato inspira jovens, abre horizontes e reforça laços com as próprias raízes. É uma injeção de autoestima coletiva que permanece muito depois que o último acorde ecoa.
Economia, turismo e potenciais investidores
Mas talvez a camada menos visível — e mais estratégica — seja a econômica. O prefeito Leocir (em exclusiva ao Rota Norte) chamou atenção para algo fundamental: o público de fora. Muita gente atravessa quilômetros para participar da festa. Entre eles, há turistas que gastam em hotéis, restaurantes e comércios locais, movimentando a economia. Mas há também potenciais investidores. Quando empresários e representantes de outras cidades conhecem São Gabriel do Oeste em um momento vibrante, veem mais do que um bom evento: veem uma comunidade organizada, infraestrutura capaz de receber grandes públicos e um município com potencial para crescer. Um investimento começa, muitas vezes, com uma boa impressão. E nada impressiona mais do que ver uma cidade unida, alegre e eficiente.
O custo público e o retorno em desenvolvimento
O custo para os cofres públicos é um tema legítimo de debate. Eventos desse porte exigem planejamento e responsabilidade fiscal. Mas é justamente essa análise de múltiplas camadas que mostra que o gasto não é apenas festa: é desenvolvimento social, cultural e econômico. Uma cidade viva culturalmente é uma cidade atrativa para morar, trabalhar e investir. E, como em qualquer investimento social, o retorno não se mede apenas em números imediatos, mas em reputação, novas parcerias, qualidade de vida e oportunidades futuras.

Muito além do fim de semana
Uma semana depois, as luzes já se apagaram e o palco está vazio. Mas o efeito permanece: uma comunidade fortalecida, corações renovados e, possivelmente, novos olhos atentos às oportunidades em São Gabriel do Oeste. O Leitão no Rolete não é só pururuca e música boa — é um cartão de visitas que pode transformar o futuro do município.


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