Tereza Cristina defende mais segurança nas fronteiras brasileiras

Venho de um Estado de fronteiras, que precisam ser melhor protegidas. Sabemos todos os problemas que há, contrabandos, drogas, e as facções, que têm tomado conta, infelizmente, de nosso território, inclusive na Amazônia“, relatou Tereza Cristina.

A convite da Comissão de Relações Exteriores (CRE), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, foi ouvido pelo colegiado nesta terça-feira, 30/09. A pedido do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Múcio prestou informações sobre as atividades do ministério e a situação dos projetos estratégicos de defesa nacional.

Vice-presidente da CRE, a líder do PP, senadora Tereza Cristina (MS), elogiou o trabalho do ministro nas diversas esferas públicas por onde passou. Em seguida, Tereza Cristina questionou José Múcio sobre a segurança das fronteiras brasileiras. “Venho de um estado de fronteiras. Muito nos preocupa a fronteira seca; só com o Paraguai são mais de 700km. Sabemos todos os problemas que há, contrabandos, drogas, e que as facções têm tomado conta, infelizmente, de nosso território”, relatou Tereza Cristina.

“Gostaria de saber como o Sisfron (Sistema de Monitoramento das Fronteiras) está andando e o que se poderia fazer aqui no Senado, uma coisa prática, para protegeremos melhor as fronteiras brasileiras”, disse. “Na minha opinião, o Sisfron está muito devagar por falta de recursos”, avaliou.

“Também nos preocupa a fronteira norte com a Venezuela. Temos visto o movimento dos Estados Unidos, que colocou frotas para afundar barcos criminosos, e gostaria de saber com as Forças Armadas têm visto isso e se estão apreensivas com esses acontecimentos”, completou a senadora.

José Múcio defendeu que se estabeleça no orçamento um percentual fixo para a Defesa Nacional. “Precisamos ter previsibilidade, pode ser 2% ou 1,5% (das despesas correntes)”, disse. “Nós temos equipamentos, mas faltam combustível, peças, munição. Tudo isso por falta de recursos”, informou.

Ele acrescentou que “o Brasil tem 340 mil homens nas três forças e que eles poderiam ser melhor usados se tivéssemos melhores instrumentos”. Múcio observou ainda que, “por ser um país muito desigual, onde faltam, remédios, livros, e merenda escolar, o Brasil tem dificuldades em priorizar compras de aviões ou submarinos”.

“Temos 16.700 km de fronteiras, uma das maiores fronteiras do mundo para monitorar com um orçamento muito inferior ao de outros paises”, disse. José Múcio classificou como “briga entre vizinhos” o que esta acontecendo entre Estados Unidos e Venezuela.

“Temos que cuidar para que não briguem, mas não podemos opinar nem ter lado, temos de cuidar do Brasil”, disse. “Estamos com quase dez mil homens na fronteira com Venezuela, na Operação Atlas, ao custo de R$ 70 milhões, porque precisamos conhecer, proteger e assumir nossa fronteira norte”, disse.

O ministro da Defesa defendeu ainda que “a sociedade brasileira entenda que a Defesa pertence ao país, o país do governo e da oposição”. “Precisamos de diplomacia para defender nossas fronteiras. cultivar a palavra, estender a mão e promover a paz; não podemos ser animais ferozes dotados de equipamentos bélicos”, disse, referindo-se às guerras da atualidade.

Recentemente a CRE recebeu representantes das Forças Armadas para debater a proposta de emenda à Constituição que destina anualmente pelo menos 2% do produto interno bruto (PIB) para o Ministério da Defesa. A PEC 55/2023 prevê que um mínimo de 35% dos gastos opcionais em defesa seja aplicado em projetos estratégicos para esse segmento da indústria brasileira, como em armamentos, veículos e tecnologias. 

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