Apesar de ter obtido a licença para instalação do ramal ferroviário de 47 quilômetros ligando a futura fábrica de celulose de Inocência à Ferronorte, a Arauco agora faz mistério sobre a obra e nem mesmo informa se realmente vai tirar o projeto do papel.
Ao receber a licença de instalação, a empresa se comprometeu a pagar uma compensação ambiental no valor de R$ 4.302.206,44, equivalente a 0,64% do valor de referência da obra, de R$ 671.171.000,00. A Arauco se limitou a informar que “não tem novas informações sobre o assunto” quando questionada sobre o cronograma da obra, valor atualizado do investimento e andamento das negociações para indenização dos proprietários das terras.
As concorrentes Suzano e Eldorado também obtiveram licença da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para construção de ferrovias, mas mantiveram engavetados os projetos. A previsão inicial da Arauco era começar a construção do ramal em setembro deste ano, com um investimento da ordem de R$ 1 bilhão para instalação dos trilhos, além de mais R$ 1,4 bilhão para compra de locomotivas e vagões.
Com capacidade para produzir até 3,5 milhões de toneladas por ano, o planejamento é de que um comboio com cem vagões saia da fábrica rumo ao porto de Santos diariamente levando 9,6 mil toneladas. Os investimentos de R$ 2,4 bilhões não estão previstos no projeto original de construção da fábrica, que é da ordem de R$ 25 bilhões. A fábrica deve entrar em operação daqui a dois anos, no último trimestre de 2027.
A Arauco também admite que estuda a possibilidade de a celulose ser despachada pela hidrovia dos rios Paraná Tietê, combinando rodovia, hidrovia e ferrovia. Conforme esta alternativa, a celulose seria levada em caminhões até Três Lagoas, numa distância da ordem de 130 quilômetros, seguindo pela hidrovia Paraná-Tietê até Pederneiras (SP), numa distância de 450 quilômetros e somente depois disso seria levada pela ferrovia até o Porto de Santos, percorrendo mais 550 quilômetros por trilhos.
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