O choque que sacudiu o mercado bancário
Na segunda-feira, 8 de setembro de 2025, o Itaú Unibanco promoveu cortes massivos ao demitir cerca de mil funcionários que atuavam em home office ou de forma híbrida, segundo estimativas do sindicato. A justificativa oficial foi a identificação de padrões incompatíveis de produtividade, baseados em métricas como ausência de atividade nos terminais corporativos — chegando a períodos de quatro horas sem registros —, além de número de cliques, abas abertas, uso da memória do sistema e abertura de chamados.
Produtividade digital versus privacidade corporativa
O sindicato repudiou fortemente a medida, questionando a confiabilidade desses critérios que desconsideram contextos como falhas técnicas, saúde, sobrecarga ou a natureza complexa das atividades financeiras remotas. Já o banco defendeu que se tratou de uma “revisão criteriosa de condutas” e afirmou que os princípios de confiança são inegociáveis. O impasse sugere uma nova era de “Big Brother corporativo”, com tensões entre monitoramento, liberdade e segurança no trabalho remoto.
Motivos ocultos? Crise real ou prevenção futura?
Há duas frentes possíveis por trás dessas demissões:
- Crise financeira à vista?
A severidade do corte pode indicar antecipação de resultados mais fracos à frente — como aumento da inadimplência ou queda da demanda por crédito — mesmo que o banco continue lucrativo; uma espécie de “engenharia preventiva”. - Reconfiguração do setor bancário, antecipada?
Alternativamente, pode ser o sinal de um redesenho mais estratégico. A digitalização e automação crescentes podem tornar funções redundantes, impulsionando ajustes não só na força de trabalho, mas em modelos operacionais e culturais para os próximos anos.
Por que isso importa para o Brasil hoje?
- Reflexo da economia: cortes dessa magnitude, num setor central como o bancário, inflamam preocupações sobre arrefecimento econômico ou transformações estruturais.
- Futuro do trabalho remoto: as práticas adotadas — mesmo em linguagem de “gestão responsável” — podem virar padrão, regulando o monitoramento corporativo e afetando direitos e privacidade de milhões de trabalhadores.
- Impacto na confiança: funcionários ficam em alerta, clientes podem desconfiar e o setor enfrenta questionamentos sobre equilíbrio entre controle e respeito humano.
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