Uma análise recente trouxe um dado alarmante: só 8% dos brasileiros arcam com a “conta” do país inteiro, enquanto os outros 92% dependem dos recursos públicos para sobreviver. Em outras palavras, 8 em cada 100 cidadãos sustentam a máquina estatal para todos.
Esse número escancara uma relação perversa entre Estado e sociedade: poucos cargam o peso tributário, enquanto muitos vivem (ou sobrevivem) dentro do sistema que consome impostos, serviços e infraestrutura. Esse desequilíbrio fiscal e social não é novidade, mas se agrava à medida que o Brasil insiste em manter um modelo com alta carga tributária concentrada e baixa progressividade.
A situação é ainda mais insustentável quando se leva em conta que esses 8% correspondem à parcela que gera empregos, investe no país e paga impostos significativos — e, no entanto, enfrenta resistência política e discursos que os tratam como inimigos. A elite econômica, que deveria ser a principal contribuinte, aparenta estar alheia à pressão de sustentar nações inteiras com tributos que muitos sequer percebem.
Esse quadro também abre caminho para enganos: governos que renegociam isenções, transferem ônus para o consumo (que penaliza os pobres) e erguem discursos de “reforma justa” que, no final, protegem privilegiados. O que fica claro é que, enquanto a grande população paga menos do que deveria ou quase nada, o país erra cartão caro com serviços públicos ineficientes, endividamento e perda de credibilidade.
Se 8% financiam tudo, temos que perguntar: por quanto tempo mais esse modelo vai se segurar?
Referência
O Antagonista


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