Tempestade mais forte do planeta preocupa o mundo — há risco para o Brasil?

O mundo voltou os olhos para o supertufão Ragasa (também chamado de “Nando” nas Filipinas), que recentemente alcançou categoria 5 — a mais alta na escala de tempestades tropicais — e foi classificado como a tempestade mais intensa de 2025 até agora. A meteorologista Estael Sias, da MetSul, comentou que o sistema atingiu pressões atmosféricas raríssimas, o que confirma sua força extrema e coloca Ragasa entre os ciclones mais violentos das últimas décadas.

O tufão impactou especialmente as ilhas do norte das Filipinas, como Babuyan e Cagayan, onde pelo menos três pessoas morreram. Centenas de feridos foram registrados, estradas ficaram intransitáveis por conta de deslizamentos e quedas de árvores, e houve blecautes generalizados. Os danos foram intensificados por chuvas torrenciais que causaram inundações e rompimento de barragens naturais. Após atravessar partes de Taiwan e se mover para o sul da China, Ragasa manteve força elevada, mesmo perto da costa.

A trajetória da tempestade ainda inspira preocupação: modelos meteorológicos divergem sobre se ela tocará diretamente regiões densamente povoadas ou se enfraquecerá antes. Até o momento, projeta-se que Ragasa possa seguir em direção ao norte do Vietnã e Laos, com intensidade reduzida, mas ainda capaz de provocar ventos fortes e chuva intensa.

Brasil sofre ameaça real?

Para o Brasil continental, a probabilidade de um ciclone tropical como Ragasa atingir diretamente é extremamente baixa. Nosso território está geralmente fora da zona de formação dessas tempestades intensas, especialmente no Leste e Nordeste costeiros, onde condições oceânicas e atmosféricas não favorecem a formação de furacões tropicais de grande porte. A história meteorológica brasileira mostra raros casos de fenômenos parecidos — como o ciclone Catarina em 2004, no Sul do país — mas todos com intensidade muito menor do que a de um supertufão.

Ainda assim, embora Ragasa em particular não represente uma ameaça direta ao Brasil, o episódio serve como um alerta: com as mudanças climáticas em curso, padrões meteorológicos extremos podem se tornar mais imprevisíveis e, em cenários futuros, afetar regiões que hoje consideramos “seguras”.


Referências

  • ABC+ — reportagem “Um dos ciclones mais violentos das últimas décadas: Supertufão se torna a tempestade mais forte do planeta”
  • MetSul / Estael Sias — análise técnica sobre a intensidade, trajetória e impacto do Ragasa
  • Modelos meteorológicos internacionais — projeções de trajetória e potenciais impactos futuros

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